domingo, maio 02, 2010

Yardem - Pinot Noir - Israel: uma viagem

Comprei este vinho em Israel, na volta de uma viagem à Palestina acompanhando a comitiva do Presidente Lula. Foi uma aventura trazer este vinho para o Brasil, pois ele não foi ensacado no Free Shop de Tel Aviv, como deveria, e o vôo fazia conexão em Milão, Itália.

Quando fui fazer a conexão em Milão a funcionária do Aeroporto me disse que eu não poderia embarcar com o vinho no outro vôo. Perguntei se ela tinha um saca-rolhas... Respondeu rindo que não, mas percebeu minha determinação em tomar aquele vinho, nem que fosse ali mesmo empurrando a rolha para dentro. Me informou que eu poderia fazer o check in novamente e embarcar o vinho.

Saí da fila para a área pública do aeroporto e fui ao check in da Alitalia. Chegando lá só tinha o meu inglês macarrônico para me virar, mas consegui me informar que eu precisava embalar o vinho em alguma caixa para despachar.

Saí pelo aeroporto, com o meu inglês (macarrônico) e um italiano (feijônico) tentando comprar uma caixa. Não consegui, claro. Quando estava quase desistindo, pois o vôo iria sair, achei uma sapataria. Entrei e implorei por uma caixa de sapatos. A atendente percebeu meu desespero, que era entendido em qualquer língua pois estava estampado no rosto, e me arrumou uma.

Corri até uma livraria e comprei o jornal mais barato que tinha. Foi hilário ver a cara de espanto da caixa quando comecei a rasgar o jornal assim que paguei, para amassá-lo e colocá-lo na caixa, para proteger o vinho. Quando ela percebeu do que se tratava, de um sagrado esforço para levar um vinho, me ajudou oferecendo fita adesiva.

Subi correndo as escadas, fui ao despacho de bagagens e não consegui me comunicar em inglês com o funcionário. Eu falava mal e ele não sabia inglês. Tentei um italiano tosco, mas também não obtive sucesso. Soltei um sonoro "caralho!", e fiquei pasmo quando ouvi ele falar: "peraí, português eu falo porra!". Era um abençoado imigrante, que eu deveria ter encontrado logo no início.

Me deu as instruções corretas para embarcar o vinho, e me deu até uma força na embalagem. Voltei ao check in, registrei a embalagem como frágil e me separei da garrafa. Ufa, havia conseguido. Quando cheguei a Cumbica esperei ansioso pelo pacote na esteira, e pulei de felicidade quando vi que a garrafa chegou inteira.

Eu havia dito ao meu Amigo Luiz Cláudio, que viajava na missão comigo, que aquela garrafa era para eu tomar com a Anny, e ele me disse: nunca vi ninguém se empenhar tanto por uma garrafa de vinho, ou você ama demais a Anny, ou você ama demais os vinhos... ou os dois. Acertou: os dois!

Sobre o vinho, postei recentemente: http://vivinhos.blogspot.com/2010/04/yardem.html . Valeu muito a pena o esforço, foi maravilhoso o vinho. Fica a dica para os importadores: viagem à Israel e provem seus vinhos. Se este Pinot Noir era tão bom, eles devem ter outros vinhos de qualidade.

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