quarta-feira, janeiro 21, 2009

Vinho, poesia e alma...

O beijo e o vinho
(Luiz Edmundo)

Tu te lembras, estouvada,
quando, sem modos, sem pejo,
enchendo a boca de vinho,
passaste, de vagarinho,
à minha boca, num beijo?
Achei a idéia engraçada
E original o manejo:
A tua boca encarnada,
A me beijar, de mansinho,
sorrindo pelo meu beijo,
toda manchada de vinho...

Desde esse dia eu não vejo,
para minh'alma embriagada,
outra boca em meu caminho.

A causa, entretanto, estouvada,
dessa embriaguez de desejo,
mais doce que teu carinho
não pude ter decifrada:
Não sei se foi o teu beijo...
Não sei se foi o teu vinho...

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