sábado, julho 31, 2010

Tintos e brancos - por Adolfo Lona

Reproduzimos aqui uma postagem do blog do Adolfo Lona sobre vinhos brancos. Reproduzimos por 3 motivos: 1 - concordamos completamente com a postagem, 2 - somos fãs dos livros do Adolfo Lona, e 3 - somos fãs dos espumantes produzidos pelo Adolfo Lona.


"A preferência dos consumidores brasileiros pelo vinho tinto em relação ao branco é uma clara demonstração do longe que estamos em conseguir que o consumo seja um hábito. Que no inverno rigoroso do sul seja inevitável consumir tintos é totalmente lógico, mas imaginar que na Bahia, onde todo o ano é “verão”, se consuma mais tinto que branco é difícil de entender. O clima e a gastronomia pedem brancos.

A idéia que “o verdadeiro vinho é o tinto” associado às constantes notícias relacionando o consumo moderado deste vinho aos benefícios ao sistema cardiovascular por conta da redução do colesterol ruim, impedem que as pessoas desfrutem dos prazeres de saborear um vinho branco, fresco, frutado, alegre, versátil.

É sabido que o vinho branco acompanha uma quantidade maior de pratos e em maiores ocasiões que o tinto: aperitivos, entradas, pratos frios, peixe, carnes brancas, queijos frescos, etc.

Há algumas décadas o consumo de espumantes era limitado ás comemorações e festas de fim de ano. O consumidor abriu a cabeça e descobriu esta magnífica bebida companheiro de todas as horas, o consumo aumentou, ficou mais constante e como conseqüência há mais pessoas felizes.

Chegou a hora de disser basta ao preconceito em relação aos vinhos brancos, aproveitar a enorme e variada oferta que há no mercado e usufruir da vantagem competitiva dos provenientes da América do Sul: tem qualidade e preços excelentes.

Da variedade Chardonnay originária da França e perfeitamente adaptada nesta região, podem se encontrar vinhos mais nervosos, frescos e convidativos da Serra Gaúcha, ou mais alcoólicos e amáveis da Argentina. Tanto Chile como Uruguai produzem brancos com Sauvignon Blanc difíceis de serem esquecidos. O chileno é intensamente frutado com presença marcante de pêssego e maracujá no nariz e na boca Já o uruguaio, mais sutil, algo selvagem e herbáceo não é menos agradável. O Rio Grande do Sul, produz com esta variedade, brancos ligeiros e elegantes seja na Serra como na Campanha.

Para quem prefere os aromáticos pode escolher entre um atrativo Torrontés argentino, em especial do norte, da região de Salta, ou um Moscato da Serra, leve, delicado e fácil de beber.

Para quem acha que vinho branco não tem graça, convido a fazer uma prova: encha até a metade um copo generoso, de bom tamanho com um vinho branco dos citados acima a temperatura ambiente, coloque duas pedras de gelo e agite com cuidado, como se estivesse arejando um vinho tinto. Aproxime o nariz e desfrute do “mundo de aromas” que se descobre para você inicialmente e que ao primeiro gole, invade toda sua boca. É um dia frio? Faça isto ao lado da lareira."

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