sábado, maio 15, 2010

Como escolhemos nossos vinhos...

Adentramos na loja desconhecida, driblamos o atendente e vamos direto aos Borgonhas, se estiverem com bom preço é gol na certa. Se não tiver Borgonha, ou se estes forem caríssimos, já sabemos muito sobre a loja.

Perguntamos pelos vinhos pontuados pelo Parker, para poder evitá-los. Temos um gosto diferente do gosto dele e suas notas encarecem até os vinhos mais medíocres. Wine Spectator: quase a mesma coisa, com agravante que o Parker é mala. Exceções existem em abundância, em ambos os casos.

Perguntamos pelos vinhos frutados, macios e redondos, e pedimos encarecidamente para não vê-los. Os argentinos e chilenos mais baratos entram na mesma categoria. Perdón hermanos.

Perguntamos sobre vinhos de países "fora do eixo", como Grécia, Líbano, Leste Europeu, Bolívia, Peru, etc. Adoramos ser do contra e frequentemente colhemos boas surpresas com estes vinhos.

Evitamos as dicas dos vinhos que "vendem muito", ou dos "carros-chefe", mas abrimos o ouvido quando escutamos que "um senhor voltou e levou uma caixa deste vinho". Perguntamos se ele era bem velhinho, o que valoriza ainda mais a dica.

Desviamos dos vinhos de mais de R$ 150, que frequentemente nos reservam decepções. Quanto maior o preço, maior a expectativa, bem como a frustração, o arrependimento e a raiva. Como raiva dá câncer, evitamos estes vinhos. Com várias exceções conhecidas, em especial clássicos como Borgonhas, Amarones, Barolos, Alsacianos entre outros.

Como decorrência da regra acima também evitamos os que "bateram o Château Petrus às cegas", pois temos dó das cegas e dos nossos bolsos. Geralmente estes vinhos denunciam que as lendas não valem quanto pesam, e são muito caros por isso.

Procuramos a faixa de preço entre R$ 50 e R$ 120, na qual encontramos as maiores alegrias, grandes surpresas e as melhores descobertas. Ainda evitamos as dores de cabeça oriundas do remorso. Se o vinho não for bom, xingamos o vendedor (coitado) e tudo bem.

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